segunda-feira, 24 de junho de 2013

Veja comentário sobre redes sociais...

Redes sociais, boatos e jornalismo. O comportamento da grande imprensa na cobertura da repressão às manifestações contra o aumento das passagens de ônibus e contra os gastos exorbitantes para a realização da Copa do Mundo no Brasil forneceu mais um estímulo a quem propõe o abandono da “velha mídia” em nome das redes sociais, apresentadas como fonte das informações verdadeiras e veiculadas sem as mediações que as deturpam ou lhes retiram a força. Infelizmente, as coisas não são simples assim. De fato, os episódios dos últimos dias deixaram claro, mais uma vez, que a grande imprensa elege um lado, distorce os fatos, silencia as vozes dissonantes e, diante das evidências – as cenas de barbárie da, em São Paulo –, tenta atabalhoadamente correr atrás do prejuízo, sem entretanto conseguir livrar-se do jornalismo meramente reativo e declaratório: não consegue ser crítica às fontes oficiais, apenas reverbera seus discursos, mesmo os mais estapafúrdios, como o que assevera não ter havido excessos na repressão aos protestos no Maracanã, ou o que informa sobre o cadastramento de jornalistas para as próximas manifestações, que usariam coletes de identificação – algo impensável mesmo em tempos pré-internet, quando o número de meios de comunicação era infinitamente menor. São vícios, talvez, de quem se acostumou a substituir a apuração ativa e autônoma, que frequentemente suscitava conflitos internos na Redação, pela passividade da reprodução de relesses de assessorias de imprensa, perfeitamente adequados aos objetivos de um jornalismo bem comportado, que não deseja fazer marola. Ilusões na rede Na era da internet, esse bom-mocinho subserviente desmorona, mas nem por isso o que circula na rede é garantia de boa informação. Especialmente quando se trata de situações de alta tensão, como estas que estamos vivendo, que provocam reações exacerbadas e muitas vezes resultam na disseminação de boatos ou simplesmente mentiras. Num vídeo que circulou amplamente na internet, uma jovem paulistana, participante do movimento contra o aumento das tarifas, convocava: “Desliga a TV e vem pra internet. Porque na internet não tem manipulação...”. José lemes

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