segunda-feira, 23 de outubro de 2017

As armas do presidente: Tudo para derrubar a segunda denúncia

Confiante que a Câmara dos Deputados irá arquivar a segunda denúncia em que é alvo, o presidente Michel Temer e aliados se esforçam às vésperas da votação para garantir o placar mais favorável possível ao Planalto. Diante da insatisfação de alguns deputados da base, a expectativa é que o peemedebista consiga cerca de 240 apoios, mais de 20 a menos do que os 267 conquistados em 2 de agosto, quando o plenário barrou as investigações sobre inquérito que o acusava de ser o destinatário final de R$ 500 mil em propina. A acusação analisada agora é de obstrução à Justiça e formação de organização criminosa. De acordo com o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Temer e integrantes do chamado "PMDB da Câmara", incluindo os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria de Governo), organizaram esquema que movimentou R$ 587 milhões de propina. A expectativa é que o plenário decida sobre a segunda denúncia nesta quarta-feira (25). São necessário 342 votos para afastar Temer. Ou seja, o presidente precisa de 171 aliados para se salvar. Na última quarta-feira (18), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) recomendou o arquivamento da denúncia, por 39 votos a 26. A escolha do relator, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), e as trocas para garantir que os integrantes do colegiado integrassem a base aliada foram determinantes para alcançar o resultado positivo. Conheça as estratégias usadas por Temer: 1. Cargos e emendas Assim como na primeira denúncia, o Planalto intensificou a liberação de cargos e de emendas parlamentares para agradar a base. A liberação desse tipo de verba para ações nas bases eleitorais, como construção de obras e compra de ambulâncias é obrigatória, mas obedece a um calendário. De acordo com dados da ONG (Organização Não Governamental) Contas Abertas, cerca de R$ 812,1 milhões foram empenhados em outubro. O valor é 314% maior do que o do mesmo período do ano passado, quando foram liberados R$ 257,9 milhões. Em julho, mês em que a primeira denúncia foi votada na CCJ, foram R$ 2,4 bilhões. Entre junho e julho deste ano, a soma chega a R$ 4,4 bilhões, valor 4.400% maior que o montante liberado nos primeiros cinco meses do ano, equivalente a R$ 100 milhões. O ministro Eliseu Padilha tem atuado junto com Antônio Imbassahy, da Secretaria de Governo, a fim de atender a deputados insatisfeitos com o tucano. Temer também tem intensificado as agendas com parlamentares. Em 3 de outubro, ele admitiu a articulação diante da segunda denúncia. Temer também enviou uma carta aos deputados em que se diz indignado e fala de uma conspiração para derrubá-lo.A atenção é especial para PP, PR, PTB e PRB, todos com ministérios. O PSD, que ocupa a pasta de Ciência e Tecnologia, deu 22 votos favoráveis ao Planalto na primeira denúncia. Agora, o deputado Delegado Éder Mauro (PSD-PA), favorável ao presidente antes, afirmou que a segunda denúncia tem indícios contrários "consistentes", como perícia contábil, grampos autorizados e delações homologadas. O deputado Expedito Netto (PSD-RO) também mudou de ideia. Há risco de o Planalto perder até sete votos no partido. 2. O time de ministros Assim como na primeira denúncia, Temer exonerou ministros que são deputados federais licenciados para voltarem à Câmara. A presença de Imbassahy no Congresso também facilita a negociação de emendas. Na última sexta-feira (20), além do tucano, foram exonerados Bruno Araújo (Cidades), Leonardo Picciani (Esporte), Marx Beltrão (Turismo), Maurício Quintella Lessa (Transportes), Mendonça Filho (Educação), Ronaldo Nogueira (Trabalho) e Sarney Filho (Meio Ambiente). Integrantes de partidos que deixaram a base, Fernando Bezerra Filho (Minas e Energia) e Raul Jungmann (Defesa) foram exonerados na quarta, mas Jungmann retornou ao posto na sexta. A intenção é que ocupassem vagas do PSB na CCJ, mas a manobra foi driblada por deputados do partido contrários a Temer. 3. Operação Aécio A oposição acusa Temer de atuar para manter o mandato do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em troca do apoio de tucanos aliados do mineiro. Com o partido dividido, na primeira denúncia foram 22 votos a favor e 21 contra o peemedebista, a expectativa é que o placar se mantenha o mesmo na bancada. "O Aécio foi salvo lá ontem, e o PSDB desmoralizado vai pagar a conta", afirmou o deputado Ivan Valente (Psol-SP) no dia da votação na CCJ. O relator, Bonifácio de Andrada, é do PSDB de Minas, assim como Paulo Abi-Ackel, relator do parecer vencedor na primeira denúncia, também favorável ao arquivamento das investigações. Na terça-feira, o Senado derrubou a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que estabeleceu recolhimento domiciliar noturno e afastamento do mandato de Aécio. Na véspera da votação, Temer se encontrou com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Dos 22 senadores do PMDB, 18 votaram para proteger o tucano. Tanto Eunício quanto o PSDB negaram qualquer acordo. De acordo com as investigações, Aécio pediu R$ 2 milhões à JBS. O novo afastamento do senador agravou a insatisfação da ala do partido contrária ao governo, que pressiona para que ele deixe definitivamente o comando da sigla. O tucano está licenciado da presidência da legenda desde maio, quando veio a tona a delação da JBS. 4. Pressão do PMDB Diante da punições a peemedebistas na primeira denúncia, deputados do partido estão mais pressionados a apoiarem Temer. O partido fechou questão para garantir votos. Na primeira votação, seis integrantes da bancada foram punidos por votarem a favor do recebimento da denúncia. Os deputados Vitor Valim (CE), Jarbas Vasconcelos (PE), Celso Pansera (RJ), Laura Carneiro (RJ), Sérgio Zveiter (RJ) e Veneziano Vital do Rêgo (PB) foram suspensos por 60 dias das funções partidárias. A determinação da Executiva comandada pelo presidente do partido e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), foi divulgada em 10 de agosto. Zveiter, relator da primeira denúncia contra Temer, em que recomendou a continuidade das investigações, trocou o PMDB pelo Podemos. 5. Reforma afrouxada A equipe econômica já admite ceder na reforma da Previdência a aprovar apenas pontos mínimos. São necessários 308 votos para medida passar, bem acima dos 240 esperados para apoiarem Temer na segunda denúncia. Ficariam de fora o aumento da idade para idosos receberem o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e as exigências para o trabalhador rural se aposentar de 60 anos para homens) e 57 anos para mulheres, com 15 de contribuição, de acordo com a Folha de São Paulo. Seriam preservadas a idade mínima (65 anos para homens e 62 para mulheres), o tempo de contribuição de pelo menos 25 anos e uma regra de transição. Segundo estimativas extraoficiais, a aprovação dos três pilares deve preservar cerca de 75% da economia prevista de R$ 600 bilhões em dez anos. Com o recuo, o Planalto espera aprovar a reforma na Câmara em novembro, para que o Senado conclua a votação até 22 de dezembro. O relatório foi aprovado na comissão da Câmara em maio e está parado desde então. Quanto mais próximo das eleições de 2018, maior a resistência de parlamentares para aprovar medidas consideradas impopulares. O governo também deve adiar para depois do dia 25 o envio de medidas de ajuste fiscal a servidores anunciadas em agosto. O pacote incluiu achatamento da remuneração inicial, aumento da contribuição ao regime próprio de previdência e adiamento do reajuste salarial. A expectativa do Ministério do Planejamento é que em dez anos, a reorganização de carreiras no funcionalismo garanta uma economia acumulada de R$ 70 bilhões. 6. Trabalho escravo A portaria editada na segunda-feira (16) pelo Ministério do Trabalho que dificulta a fiscalização do trabalho escravo é apontada pela oposição como uma forma de agradar a bancada ruralista às vésperas da votação da segunda denúncia. A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) conta com 213 deputados. Em nota, a Frente defendeu a mudança, mas negou negociações com o governo. "A portaria publicada pelo Ministério do Trabalho vem ao encontro de algumas pautas da FPA e diminui a subjetividade da análise. No entanto, não participamos de nenhuma tratativa com o Poder Executivo sobre o assunto", diz o texto. Presidente da bancada, o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), sustenta que a portaria deixa claro o que é trabalho escravo. "Você não pode simplesmente rasgar a história de um empresário devido à autuação de um fiscal. É preciso ter uma segunda oportunidade ou pelo menos a uma defesa. A portaria, de forma temporária, pode trazer mais segurança jurídica. Isso protege até o trabalhador", afirmou após almoço do grupo um dia após a publicação da portaria. A nova norma traz uma caracterização mais restrita do que seriam violações das adotadas antes. Ela também estabelece que a chamada "Lista Suja" do trabalho escravo só será pública com aval do ministro do Trabalho. Diante da repercussão negativa, que contou com posição contrária da Procuradoria-Geral da República (PRG) e paralisação de fiscais em mais de 15 estados, o Planalto admite rever a portaria, mas só após a votação da denúncia. Nos últimos meses, o governo Temer tem ofertado oubras benesses ao setor. Em julho, decreto assinado pelo presidente definiu um marco temporal para a demarcação de terras indígenas. O conceito não considera etnias que foram, por exemplo, expulsas de suas terras e, até determinada data, não as ocupavam. O presidente também sancionou naquele mês a lei que tornou menos rígidas as regras para regularização fundiária de terras da Amazônia. Em agosto, foi a vez da medida provisória (MP) do Funrural que reduziu a alíquota de contribuição da previdência rural e permitiu o parcelamento de débitos em até 176 vezes.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Megaoperação contra pedofilia mobiliza policiais em 24 Estados e DF

Cerca de 1,1 mil policiais civis de 24 Estados brasileiros e do Distrito Federal estão nas ruas nesta sexta-feira, 20, em uma megaoperação contra a pedofilia. A operação Luz na Infância é resultado de uma investigação de seis meses coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça, em parceria com secretarias de segurança regionais e a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Segundo a Senasp, é uma das maiores operações na área já realizadas no mundo. Até em torno das 10 horas da manhã, ao menos 80 pessoas haviam sido presas pela posse de material pornográfico que evidencia exploração sexual de crianças e adolescentes. Os agentes cumprem centenas de mandados de busca e apreensão, que levam às prisões em flagrante. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, dará mais detalhes sobre a ação em uma entrevista coletiva no Rio de Janeiro, no final da manhã. Em São Paulo, computadores, celulares, câmeras, discos rígidos e outros equipamentos chegam desde o início do dia à sede do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no centro da capital. Ao menos cinco homens presos em flagrante chegaram ao local em viaturas. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul divulgou sete prisões, enquanto o órgão de Goiás confirmou três. Um balanço da operação deve ser divulgado no final do dia. Luz na Infância Conforme o Ministério da Justiça, o nome sugere o teor bárbaro e nefasto dos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes. "A internet facilita esse tipo de conduta criminosa e, via de regra, os criminosos agem nas sombras e guetos da rede mundial de computadores. Luz na Infância significa propiciar às vítimas o resgate da dignidade, bem como tirar esses criminosos da escuridão para que sejam julgados à luz da Justiça", diz a nota divulgada. Integração A Secretaria Nacional de Segurança Pública também destaca que a ação desta sexta resulta de uma força-tarefa entre a Diretoria de Inteligência do órgão e setores especializados em todo o País - como delegacias de repressão a crimes contra crianças e adolescentes e crimes cibernéticos, que vêm aprimorando o trabalho integrado.fonte MSn.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Pedreiro é agredido por médico dentro do Hospital Evangélico

Um caso chamou a atenção na tarde desta sexta-feira (13/10) na recepção do Hospital Evangélico de Curitiba. A Polícia Militar (PM) chegou a ser acionada para intervir numa situação de agressão. Segundo denúncias de várias testemunhas, um médico da unidade havia chutado a cabeça de um paciente, que gritava de dor. A vítima aguardava por atendimento há cerca de 3 horas. O médico, inclusive, teria arrancado o extintor da parede e jogado no chão num ataque de raiva. O paciente agredido é o pedreiro Valdeci Conrado da Silva, de 52 anos. Ainda segundo vários relatos de testemunhas, o homem estaria implorando por ajuda há horas. Na hora do ataque do médico, o pedreiro, que havia chegado na unidade por volta das 14 horas, estava no chão, chorando de dor. Silva foi levado ao Hospital Evangélico por colegas de trabalho, após sentir fortes dores nas costas. O pedreiro, inclusive, não conseguia mexer uma das pernas. A esposa da vítima, Carmen Lúcia Lobato, que é copeira, foi até o local, após ser informada no trabalho, que o marido teria passado mal. Ela chegou na unidade por volta das 14h30. Carmem Lúcia também relata que houve descaso por parte dos funcionários, que teriam desdenhado do desespero do casal. Ela, que presenciou à agressão ao marido, chegou a passar mal, uma vez que a pressão subiu. O Hospital Evangélico se pronunciou por meio de assessoria e disse que vai abrir uma sindicância para investigar o caso. Em nota, a Prefeitura de Curitiba, que é uma das parceiras do Hospital Evangélico, informou: “Quanto à denúncia de agressão é um caso que deve ser levado à administração do Hospital Evangélico para que seja apurado e providências sejam tomadas. Situações que envolvem a conduta médica são afetas à direção da instituição hospitalar, a Prefeitura não tem gerência nesses casos”. A nota diz ainda que a vítima de agressão deve fazer boletim de ocorrência e encaminhar a denúncia à Ouvidoria do SUS e também pode fazê-lo pelo serviço 156, já que o Hospital Evangélico é um prestador de serviços. Confira nota o hospital na íntegra "Sobre informações publicadas em site de notícias de Curitiba acerca de uma suposta agressão a um paciente, o Hospital Evangélico de Curitiba, mantendo sua postura de transparência e buscando evitar a desinformação, esclarece à sociedade que abriu inquérito administrativo interno e está investigando através de todos os meios disponíveis detalhes sobre o ocorrido na tarde desta sexta-feira. Tão logo se esclareça a verdade dos fatos, o Hospital tomará as providências cabíveis necessárias. O Hospital Evangélico de Curitiba é o maior hospital filantrópico do Paraná, tendo mais de 95% de seus atendimentos voltados a pacientes do SUS, é o único centro de queimados do estado e recebe mais de 50% de todas ocorrências de trânsito da cidade. Uma instituição essencial na manutenção da saúde pública de Curitiba e Região Metropolitana, que tem o compromisso de prestar o melhor atendimento dentro do possível e respeitando as prioridades das classificações de risco. A direção do Hospital Evangélico tem trabalhado fortemente junto à equipe em todos os níveis da instituição a sua missão: colocar as necessidades do paciente sempre em primeiro lugar. Estes compromissos serão mantidos".

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Plebisul: Maioria vota pela separação de RS, SC e PR do Brasil

Enquanto o mundo presta atenção no desejo de parte dos moradores da Catalunha em separar o território da Espanha, a maioria dos participantes do Plebisul, – plebiscito informal sobre a criação de um novo país com a separação Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná do Brasil – votou favoravelmente ao projeto separatista. As informações são de Pala Sperb na Veja. A votação ocorreu no último sábado, das 8h às 17h, e a apuração alcançou 85,3% das urnas na noite de deste domingo com 96,12% votos pela separação e 3,88% contrários de um total de 340.422 votos, menos de 2% do total de eleitores registrados nos três estados. Juntos, RS, SC e PR têm 21.284.501 eleitores de acordo com as estatísticas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O número de votos ficou abaixo do esperado pela organização do movimento “O Sul é meu país“. A participação, porém, seria o suficiente para que o grupo apresente um projeto de lei de iniciativa popular às assembleias dos três estados para que um plebiscito formal seja convocado em 2018, simultaneamente às eleições, de acordo com Celso Deucher, um dos fundadores do grupo. “A gente tem um novo desafio, uma peleia muito grande pela frente: teremos que convencer a maioria dos deputados para que aprovem o projeto”, disse a Deucher, morador de Lages, em Santa Catarina. Em relação ao número de participantes da votação, que em 2016 foi praticamente o dobro, Deucher entende que as fortes chuvas e temporais que atingiram o Sul no final de semana somados a 35% de urnas que não foram abertas podem ter prejudicado o envolvimento dos “sulistas”. Para o líder separatista, as filas que se formaram para assinatura do projeto também causaram desistências na participação. No sábado, na urna acompanhada por VEJA, a maioria dos participantes tinha como motivação para o voto pela separação a corrupção política e a crise econômica do país. “Nós somos constrangidos a viver nessa miséria. Estou muito insatisfeita com a administração de Brasília”, disse a dentista Denise Kaliolosly de Oliveira, de 58 anos. “A ideia é boa porque vai melhorar nossa economia, separando pode melhorar muito”, disse a estudante Cristine Fontana, de 18 anos. Além dos convictos pela separação dos três estados do Sul, há também quem ache a ideia de um novo país “radical”, mas ainda assim votou a favor para expressar sua indignação. “A ideia é um pouco radical, mas a separação dos governos me agradaria. A gente tem um país com pouca ética, um governo muito centralizado e pouco aberto. A administração fica descontrolada e acaba em corrupção. Sempre se teve a ideia de que o Rio Grande do Sul é próspero, mas o estado também está em crise”, disse o bancário Walter Germano Behz, que teme a privatização do Banrisul, onde trabalha. “Começou de novo essa ladainha?”, disse uma mulher contrária à separação que passou em frente ao local de votação. “Quem é contra também pode votar e optar pelo não. É uma consulta democrática”, explicou o voluntário Gilberto Amadeo Simon, de 50 anos. Das 8h até as 17h, “sem almoçar”, Simon será o responsável pela urna. O servidor público se voluntariou há seis meses e desde então tem ajudado o movimento. Por causa dele, Ronaldo Camboim Forcin, de 49 anos, também passou a militar pela causa. “Há algum tempo já pesquisava sobre o assunto. Tinha uma impressão errada, mas fui me aprofundando e entendi melhor a poposta”, explicou Forcin. A desigualdade entre o que os estados do Sul entregam à União em tributos e o que retorna como investimento é o que motiva os dois voluntários a divulgarem a ideia de um novo país. “É corrupção, mas não só. É a questão econômica”, disse Simon. Os dois discordam da ideia de que o separatismo é xenófobo, uma das principais críticas dos contrários ao grupo. “Quem pensa assim não está olhando para as nuances do movimento”, rebateu Simon. Segundo a coordenadora do grupo no Rio Grande do Sul, Anidria Rocha, a votação está sendo “pacífica e tranquila”. O único incidente, de acordo com ela, é o atarso de uma urna que não chegou a uma cidade distante. Moradora de São Jerônimo, a 70 km de Porto Alegre, Anidria relata que o movimento é intenso nas sete urnas da cidade. “Sempre tem gente votando, até um ônibus parou para o cobrador e o motorista votarem”, conta a coordenadora. Quem chega em uma urna recebe uma cédula com as opções “sim” e “não”. Os voluntários ficam com um comprovante da cédula e o voto é depositado em uma urna. Em seguida, os participantes são convidados a assinarem o “Projeto de Lei de Iniciativa Popular” que será entregue às assembleias legislativas dos três estados para que um plebiscito formal possa ser convocado em 2018 simultaneamente às eleições de outubro do ano que vem. Para ser votado oficialmente, o projeto precisa ter assinaturas de no mínimo 1% dos eleitores de cada estado. Apesar do desejo de formar um novo país com os estados do Sul, o grupo esbarra no primeiro artigo da Constituição brasileira que determina que o país é formado “pela união indissolúvel dos estados”. Conscientes da barreira jurídica, os separatistas apelam para o direito internacional alegando que proibir a separação do Sul descumpre o princípio da “autodeterminação dos povos”. Para Luís Renato Vedovato, professor da Unicamp, entretanto, a situação do Sul não se encaixa nas prerrogativas reconhecidas internacionalmente. “O direito internacional só reconhece o direito à separação em três hipóteses: jugo colonial [quando o país é colônia de outro], dominação estrangeira [quando um país invade outro] e graves violações dos direitos humanos [como no caso do Kosovo, que foi separado da Iugoslávia]”, afirma. O professor é autor de um artigo publicado em 2016 em um periódico científico da Universidade de Oxford, na Inglaterra, em conjunto com Alexandre Andrade Sampaio. No texto, os docentes analisam as particularidades do movimento separatista do Sul. “O que a gente percebeu é que o movimento brasileiro é o único do mundo que não tem como reivindicação a busca de mais direitos para aqueles que querem libertar. Eles têm como pauta que o restante do país passou a ganhar mais”, disse Vedovato a VEJA.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Hospital de Clínicas ganhará mamógrafo digital para diagnóstico de câncer de mama

O Governo do Estado vai investir cerca de R$ 1,2 milhão na compra de um novo mamógrafo digital para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), em Curitiba. O equipamento, de última geração, vai fortalecer a infraestrutura de atendimento da Unidade da Mama, especializada no diagnóstico e tratamento do câncer de mama. O anúncio foi feito pelo secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, durante evento de liberação de recursos federais para serviços de saúde da capital, com a presença da vice-governadora Cida Borghetti, do ministro da Saúde, Ricardo Barros, e do prefeito de Curitiba, Rafael Greca. Segundo a vice-governadora, o investimento faz parte de um amplo conjunto de ações que o Estado vem implantando para reforçar o combate ao câncer de mama no Paraná. “Com a instalação deste novo equipamento aqui no Hospital de Clínicas, criamos uma moderna rede de diagnóstico contemplando todas as quatro macrorregiões do Estado. Com certeza, uma excelente notícia para iniciar o Outubro Rosa”, destaca Cida. Os outros três mamógrafos digitais adquiridos pelo Estado estão em Maringá, Londrina e Cascavel. Os dois primeiros já estão em funcionamento e garantem melhores condições de diagnóstico às pacientes. Já o de Cascavel está em fase final de testes e deve começar a operar plenamente a partir deste mês de outubro. “Estes equipamentos contribuem muito para que vidas sejam salvas. O diagnóstico precoce é hoje a principal arma que temos no combate ao câncer de mama e por isso estamos trabalhando para garantir que as mulheres paranaenses tenham acesso facilitado a este tipo de exame”, ressalta a vice-governadora. saDe acordo com o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, o grande diferencial deste mamógrafo do Estado é o fato de ser digital e com esterotaxia. “A qualidade da imagem é muito superior ao do mamógrafo convencional que o HC mantém aqui. Isso ajuda no diagnóstico e no tratamento, pois é possível detectar nódulos ainda em estágio inicial”, explica ele. No SUS, o exame é indicado principalmente para mulheres com idade entre 50 e 69 anos. Contudo, mulheres com mais de 35 anos e que apresentam fatores de risco também devem realizá-lo com frequência. Nestes casos, a orientação é que a mamografia seja feita a cada dois anos. Caputo Neto lembrou ainda que o repasse do mamógrafo é apenas uma das medidas que o Governo do Estado tem adotado para ajudar no processo de reestruturação do Hospital de Clínicas. “Atendendo a um pedido da universidade, incluímos no HC no Hospsus. Isso garantiu o repasse de R$ 4 milhões ao ano como apoio do Estado no custeio das atividades do hospital. Uma atitude emergencial, dada as dificuldades que o hospital enfrenta”, relatou.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Governo do Paraná premia pesquisadores, estudantes e jornalistas

Os vencedores do 30º Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia José Richa foram homenageados nesta terça-feira (3) em Curitiba. Eles receberam o prêmio do governador Beto Richa e do secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, em cerimônia no Palácio Iguaçu. Além dos premiados e seus familiares, participaram os pesquisadores vencedores da primeira edição do prêmio (1986), representantes das universidades estaduais, institutos de pesquisa e secretarias de Estado. A partir desta edição, o prêmio passar a ser nominado José Richa, que era governador do Estado quando a iniciativa foi instituída. Beto Richa destacou o trabalho dos profissionais e a contribuição deles para o desenvolvimento do Estado. “Agradeço a todos os que se dedicam e contribuem para o desenvolvimento sustentável e vigoroso do Estado do Paraná”. Richa afirmou que o Governo do Paraná tem investindo fortemente na área de inovação, pesquisa e tecnologia. Ele lembrou que, quando assumiu, em 2011, as universidades tinham um orçamento de cerca de R$ 700 milhões e que, hoje, o orçamento gira em torno de R$ 2,5 bilhões. “Fortalecemos as nossas universidades e as transformamos em centros irradiadores de conhecimento. Temos uma universidade em cada canto do Estado, contribuindo para um desenvolvimento regionalizado”, enfatizou. VENCEDORES - Os vencedores receberam certificado e premiação em dinheiro, de acordo com cada categoria. No total, são cerca de R$ 190 mil em prêmios. Foram premiados nesta edição, da área de Ciências Humanas e Sociais, Jandir Ferrera de Lima, da Unioeste (categoria pesquisador); a professora da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Rita de Cássia da Silva Oliveira (extensionista), a estudante de graduação Caroline Andressa Welter, da Unioeste, e Mie Francince Fukushigue Chiba, da Folha de Londrina (jornalismo). Na área de Ciências Agrárias são vencedores das categorias pesquisador e pesquisador extensionista Carlos Alberto Scapim e Ednaldo Michellon, ambos da Universidade Estadual de Maringá; o estudante de graduação João Pedro Mariano dos Santos, da UEM, e a jornalista Gislene Maria Bastos, da RICTV Record. VALORIZAÇÃO – O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, afirmou que o prêmio é uma das ações do Governo do Estado de valorização da pesquisa e extensão. “Nesta edição, é também uma homenagem ao ex-governador José Richa que, há 30 anos, já priorizava a Ciência, a Tecnologia e a Inovação. O Paraná é um dos Estados que mais cresce nessa área e esse prêmio é mais um incetivo aos pesquisadores paranaenses”, afirmou Gomes. O prêmio contempla as categorias pesquisador, extensionista, estudante de graduação, inventor independente e jornalista. Duas áreas são premiadas a cada ano em um sistema de rodízio. Neste ano, foram Ciências Humanas e Sociais e Ciências Agrárias. RECONHECIMENTO - Para o reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e presidente da Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior, o prêmio é importante para estimular a pesquisa e os avanços tecnológicos e, acima de tudo, promover o desenvolvimento regional. “A inovação e o avanço da ciência faz com que ocorra o desenvolvimento da região no qual os trabalhos de extensão são realizados. Esse prêmio representa o reconhecimento da sociedade, por meio do Governo do Paraná, de um esforço coletivo”, ressaltou. 31ª EDIÇÃO – Nos próximos dias serão abertas as inscrições para o 31º edição do prêmio, que contemplará as áreas de Engenharias e de Ciências Biológicas. As informações estarão disponíveis no site da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior www.seti.pr.gov.br PRESENÇAS - Acompanharam a solenidade os deputados estaduais Guto Silva e Missionário Ricardo Arruda; os reitores das universidades estaduais Aldo Nelson Bona (Unicentro); Mauro Luciano Baeso (UEM); Berenice Quinzani Jordão (UEL); Paulo Sergio Wolf (Unioeste); Carlos Aleixo (Unespar); o vice-reitor da UENP, Fabiano Costa; os secretários Fernanda Richa (Família e Desenvolvimento Social); José Richa Filho (Infraestrutura e Logística); Antonio Carlos Bonetti (Meio Ambiente e REcursos Hídricos); o presidente do Tecpar, Júlio Félix; o diretor do Simepar, Eduardo Alvim Leite; e o membro do Conselho Estadual de Educação, Mario Pederneiras. BOX Vencedores enfatizam a valorização propiciada pelo prêmio O pesquisador da Unioeste, vencedor da área de Ciências Humanas e Sociais, Jandir Ferrera de Lima, destacou a rede de Ciência e Tecnologia como uma política pública de sucesso no Estado. “Vivemos um novo momento, de valorização da área científica e tecnológica, não só pelo setor público como também pelo privado. Uma oportunidade tanto no sentido de avanço profissional dos pesquisadores quanto na sua contribuição para ajudar no desenvolvimento da sociedade paranaense”. Para a professora Rita de Cássia, com 26 anos dedicados ao trabalho na Universidade Aberta à Terceira Idade da UEPG, a iniciativa é uma importante valorização da extensão. “Hoje vemos que a extensão ocupa o mesmo patamar que a pesquisa e o ensino”, disse ela. “Atuo nas três linhas de ação e considero as três importantes”, afirmou. “Tenho 22 anos de pesquisa na UEM e não há como comparar o apoio e incentivo que temos hoje com a estrutura que tínhamos no início da minha carreira como pesquisador”, afirmou o pesquisador Carlos Alberto Scapim, da UEM. Ednaldo Michellon, também pesquisador da UEM, lembrou que a extensão é a área em que as pesquisas produzidas pelas universidades são disseminadas para a sociedade. “Receber o Prêmio José Richa é o coroamento de uma carreira, que começou justamente quando ele era governador, em 1985.” ESTUDANTES - Os estudantes de graduação premiados Caroline Andressa Welter, da Unioeste, e João Pedro Mariano dos Santos, da UEM, comemoraram o resultado considerando um incentivo à iniciação científica. “Durante todo o curso de Ciências Econômicas eu tive o incentivo dos meus professores, o que me fez decidir pela docência”, disse Caroline. João Pedro, que já está no segundo curso de graduação, agora de Agronomia, visa fazer o mestrado com foco em extensão rural para seguir a carreira como professor e pesquisador. JORNALISMO - A jornalista da Folha de Londrina, Mie Francine Fukushigue Chiba, concorreu na área de Ciências Humanas e Sociais com a reportagem sobre o projeto de pesquisa desenvolvido pelo Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento da Universidade Estadual de Londrina (UEL) - que utiliza o Óculos Rift e um simulador para o tratamento de diferentes fobias. “Vejo como um dever do jornalista divulgar as pesquisas realizadas para que a população esteja atualizada e também valorize o que é pesquisado na região”, disse ela. Com a reportagem sobre um filtro natural de algas, desenvolvido pelos Institutos Lactec, para a redução da emissão de poluentes pela Usina Elétrica de Gás de Araucária, a jornalista da RICTV Record, Gislene Bastos, conquistou o prêmio na área de Ciências Agrárias. “Acredito que a contribuição para a popularização da Ciência é um papel importante do jornalista”, disse ela. BOX 2 Confira a premiação, por categoria Pesquisador – R$ 34.704,88 Extensionista – R$ 34.704,88 Jornalista – R$ 13.881,95 Estudante de Graduação – R$ 11.568,29

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Empresários instigados na política

A politica esta tomando novas formas para o pleito de 2018, partidos estão mudando suas atitudes e até mesmos suas ideologias para adequar aos novos tempos de maior critica popular a respeito da política no Brasil, além dos procuradores federais e até o juiz Sérgio Moro, empresários paranaenses estão sendo insentivados a participar das eleições em 2018. A maior investida está no grupo do presidente da Fiep, Edson Campagnolo, que vai assumir o comando do PRB no Paraná. Mas em toda área do setor produtivo tem seus representantes cobrados por uma participação política mais ativa. Um deles é Jefferson Fusaro que tem participado de reuniões em todo Paraná , por enquanto, não considera a hipótese. Na educação, Wilson Picler já foi procurado por alguns partidos que demonstram o perfil de gestor como preferência fundamental do eleitor em 2018. Campagnolo, Fusaro e Picler podem despontar como novidade nas próximas eleições.

Governo publica edital de chamamento de servidores da Saúde

Foi publicado nesta quarta-feira (27) o novo edital de chamamento público para nomeação de 51 servidores da Secretaria de Estado da Saúde. As vagas são decorrentes de desistentes da nomeação de abril, quando foram chamados 584 profissionais para atuar na sede da secretaria, em hospitais, órgãos próprios e nas 22 regionais de saúde. “A reposição da força de trabalho da Saúde é um compromisso que estamos cumprindo. Desde 2011, já foram efetivados mais de 2,5 mil novos servidores e ainda teremos novos chamamentos para manter equipes adequadas nas funções do Quadro Próprio dos Servidores da Saúde”, disse o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto. Entre os profissionais chamados nesta etapa estão médicos, enfermeiros, médicos veterinários, farmacêuticos, administradores, contadores e técnicos administrativos, entre outras funções. As pessoas que fizeram as provas em setembro de 2016 devem acompanhar a página do instituto responsável pelo concurso para não perder prazos de futuros chamamentos. O Edital 85/2017 convoca os 51 candidatos aprovados no concurso realizado em 2016 para a avaliação médica e solicita Exames de Auxílio Diagnóstico, que deverão ser feitos por conta do candidato antes da apresentação. Os profissionais de Curitiba deverão apresentar os exames realizados nos dias 23 e 25 de outubro. Em Londrina, nos dias 23 e 24 de outubro e nas demais regionais de saúde somente no dia 23 de outubro. O prazo de validade do concurso é de dois anos, contados a partir da publicação da homologação do resultado, por ato da Secretaria de Estado da Administração e da Previdência, no Diário Oficial do Estado do Paraná, prorrogável por uma única vez, por igual período, a critério da administração pública estadual.