segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Polícia prende 15 "lobistas" em operação, assessor de prefeito é detido

Quadrilha movimentou cerca de R$ 34 milhões em dois anos. Entre presos estão políticos e empresários A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou um balanço parcial da megaoperação Big Bang, deflagrada na manhã desta segunda-feira (11/11), em quatro estados, para desarticular uma das maiores quadrilhas de estelionatários do país, especializada em golpes milionários a bancos e microempresas, conhecida como Universos. Quatorze dos 15 mandados de prisão foram cumpridos, 11 dos presos estavam no Rio de Janeiro, três pessoas foram presas no Espírito Santo, uma delas em flagrante por porte de arma, uma outra em Salvador e a polícia continua à procura de um foragido no Paraná. No Rio de Janeiro, entre os presos estava Rogério Ramos, assessor do gabinete da Prefeitura de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, que encontrado na casa da sua sogra, em Duque de Caxias. Ele é acusado de movimentos cerca de R$ 40 milhões e agia em parceria com o irmão, um primo e um tio, arrecadando dinheiro. A polícia também prendeu Rogério Manso Moreira, apontado como chefe da quadrilha, que tinha na sua cúpula ex-candidatos a deputado federal e a vereador, um advogado, um contador, um despachante, um sargento do Exército, empresários e lobistas políticos com influência na região. Os criminosos agiam principalmente nos municípios de São João de Meriti, Duque de Caxias, Belford Roxo, Queimados e Nova Iguaçu. Segundo a polícia, 35 pequenas empresas foram vítimas dos criminosos, que movimentaram cerca de R$ 37 milhões em dois anos, aplicando golpes de falsa licitações e empréstimos bancários. O bando adquiriu 82 veículos, que estão espalhados pelo país, vários imóveis e até uma escola foi comprada com o lucro dos delitos. Os bens foram apreendidos e os veículos serão recolhidos assim que forem localizados. Os acusados responderão pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e estelionato. Na coletiva para a imprensa, o delegado titular da 54ª DP (Belford Roxo), Felipe Curi, que coordenou a Big Bang, disse que as vítimas dos "lobistas" são pequenos empresários, que eram iludidos com um golpe de falsas licitações públicas. Segundo o delegado, o esquema funcionava a partir de um "jogo de cartas marcadas" e para ter benefícios, os empresários tinham que pagar altas propinas aos estelionatários, em alguns casos podia chegar até R$ 100 mil. "Os empresários se endividavam e eram obrigados a pegar empréstimos com a quadrilha, chegando ao ponto de perder as suas empresas. Essas pessoas tiveram as suas vidas destruídas e um dos empresários não aguentou a pressão e cometeu o suicídio", relatou o delegado. Ele acrescentou que, quando a vítima percebia que não conseguiria mais arcar com as despesas, passava a empresa para o nome de um "laranja", que também fazia parte do grupo de criminosos. A transferência era acompanhada de perto pelo "lobista". A quadrilha tinha interesse no CNPJ das empresas idôneas e mais antigas, visando novos empréstimos e obter liquidez para as novas firmas que eles abriam gradativamente. A polícia identificou 554 golpes aplicados pelo bando. "É uma quadrilha que age, principalmente na Baixada Fluminense, mas tem tentáculos em outros estados também. Em dois anos, eles movimentaram quase R$ 40 milhões, adquiriram 82 caminhões que eram usados para lavar dinheiro e usavam ainda empresas de fachada para praticar o crime", explicou Felipe Curi. Com os empréstimos, que variavam de R$ 1 mihão a R$ 3 milhões, a quadrilha comprou os 82 caminhões e inúmeros imóveis, como forma de lavar o dinheiro. Foi criada uma empresa de fachada para alugar os caminhões, ao preço médio de R$ 5 mil por mês. A Civil quebrou o sigilo bancário das 35 empresas e mais de 173 contas correntes para análise, além de 70 mil registros entre mensagens e ligações telefônicas. As investigações da operação Big Bang tiveram sete meses de duração e contou com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da 56ª DP (Comendador Soares), 64ª DP (São João de Meriti), 51ª DP (Paracambi) e 50ª DP (Itaguaí).fonte: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2013/11/11/policia-prende-15-lobistas-em-operacao-no-rio-assessor-de-prefeito-e-detido/

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