domingo, 3 de novembro de 2013

Preso em operação ganhou salário de R$ 37 mil em outubro na Prefeitura

Ronilson Bezerra Rodrigues consta como servidor ativo da Prefeitura de SP. Ele foi nomeado diretor da SPTrans durante a gestão Fernando Haddad. Investigado pelo Ministério Público Estadual por suposta participação em um esquema de desvio de recursos na Prefeitura de São Paulo, o servidor Ronilson Bezerra Rodrigues consta como servidor ativo da Prefeitura de São Paulo em outubro de 2013, no cargo de auditor fiscal tributário municipal e com salário bruto de R$ 37.105,87, soma da remuneração bruta do mês, de R$ 24,6 mil e demais remunerações, de R$ 13,04 mil. As informações sao do Portal da Transparência da Prefeitura de São Paulo. Ronilson é um dos quatro agentes ligados à subsecretaria da Receita da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) presos na manhã desta quarta-feira (30), em São Paulo, por suspeita de integrar esquema de corrupção que causou prejuízos de pelo menos R$ 200 milhões aos cofres públicos nos últimos três anos, segundo o Ministério Público (MP). A operação foi realizada pelo MP em conjunto com a Controladoria Geral do Município de São Paulo. Ronilson foi exonerado do cargo em 19 de dezembro do ano passado, nos últimos dias da gestão Kassab. Segundo o Diário Oficial, em 2 de janeiro de 2013 foi admitido na São Paulo Transporte (SPTrans) para prestar serviços até 31 de dezembro na Diretoria Executiva do órgão, mas uma nova portaria cessa os efeitos da nomeação em 14 de junho. Em 18 de setembro, ele foi chamado a prestar depoimento em audiência na Corregedoria Geral do Município (CGM) na qualidade de testemunha. Nesta quarta (30), foi preso e levado ao 4º Distrito Policial da capital. O advogado de Ronilson, Márcio Sayeg, nega as acusações contra seu cliente. “Ele é inocente e não vai precisar de recurso. Agora vamos tomar pé de tudo, vamos até o fórum e tomar ciência das acusações, mas ele é inocente”, disse. Em entrevista ao G1, o ex-corregedor-geral de São Paulo Edilson Mougenot Bonfim disse que as apurações foram iniciadas no segundo semestre do ano passado e tiveram como base uma denúncia anônima. A gestão de Fernando Haddad (PT) diz que as prisões foram resultado de sete meses de investigação. Bonfim, que é procurador de Justiça do Ministério Público (MP), afirmou que, no segundo semestre de 2012, recebeu uma denúncia anônima acusando o então subsecretário da Receita Municipal de enriquecimento ilícito. “Era uma denúncia fraquíssima. Não indicava nenhum número de conta, nenhum imóvel. Mas, com base na minha experiência de 25 anos no Ministério Público, decidi tocar para frente a investigação.” Bonfim chamou o servidor e o questionou a respeito das acusações. “Ele minorava seus bens. Tentou me convencer que nada tinha de errado, mas não conseguiu.” A apuração ficou em aberto, mesmo com a saída do procurador da Prefeitura. “Minha equipe deu continuidade à investigação com o novo corregedor.” Além do ex-subsecretário, foram detidos Eduardo Horle Barcellos, ex-diretor do Departamento de Arrecadação e Cobrança (exonerado em 21 de janeiro de 2013), Carlos Di Lallo Leite do Amaral, ex-diretor da Divisão de Cadastro de Imóveis (exonerado em 05 de fevereiro de 2013) e o agente de fiscalização Luis Alexandre Cardoso Magalhães. Os detidos são investigados pelos crimes de corrupção, concussão, lavagem de dinheiro, advocacia administrativa e formação de quadrilha. O promotor Roberto Victor Godini afirmou que os suspeitos receberam prisão temporária por cinco dias, prorrogável por mais cinco. Seis carros de alto padrão foram apreendidos em duas residências. Um Porsche, um BMW e duas motos foram levados para o 4º Distrito Policial. Mario Ricca, que defende Magalhães. Segundo ele, seu cliente tem como provar os bens, inclusive os dois carros apreendidos nesta manhã. “O que ele tem é fruto do patrimônio que ele já tinha, [de renda] de aluguéis”. Sobre o Porshe, Ricca alega que Luis era proprietário do veículo com outra pessoa e que a BMW já era “um veículo antigo” do proprietário. O G1 tentou, sem sucesso, contato com os defensores dos outros dois suspeitos. A Controladoria Geral do Município vai instaurar processo disciplinar para apurar as responsabilidades, na esfera administrativa, dos servidores envolvidos. Além disso, também deve adotar medidas para o ressarcimento dos cofres públicos. O controlador-geral do município, Mario Spinelli, ressaltou que, apesar da instalação do processo administrativo, os servidores têm direito ao recurso do contraditório. "Se a comissão processante julgar que a penalidade será a demissão, isso ocorrerá", garantiu. Spinelli estima que os auditores desviavam cerca de 30% a 50% do total do Imposto sobre Serviços (ISS) devido à Prefeitura. Mais de 40 pessoas, entre promotores de Justiça, agentes da Controladoria Geral do Município, e das Polícias Civis de São Paulo e de Minas Gerais cumpriram os mandados de prisão na capital paulista, em Santos (litoral paulista) e Cataguases, em Minas Gerais. Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/10/preso-em-operacao-ganhou-salario-de-r-37-mil-em-outubro-na-prefeitura.html.

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