quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

PSB defende o SUS como um programa para toda população brasileira

A Fundação João Mangabeira (FJM) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB) realizaram nesta sexta-feira (06) mais uma oficina Diálogos do Desenvolvimento Brasileiro, com o tema “Saúde – Política Essencial Para o Desenvolvimento”. O evento aconteceu na sede da FJM, em Brasília (DF) e contou com a participação de palestrantes como o ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão; do professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mário Roberto Dal Paz; e do doutor em Inovação em serviços de saúde, Pedro Ribeiro Barbosa; e tendo como mediador da mesa o prefeito de Petrópolis (RJ), Rubens Bomtempo (PSB). Carlos Siqueira, primeiro secretário Nacional do PSB e presidente da FJM, destacou a importância do evento e explicou o objetivo de discutir a saúde do Brasil hoje e o que pode ser realmente feito para uma futura melhora e também organizar um planejamento e ações que possam ser trabalhadas pelo candidato socialista à presidência da república de 2014. Além disso, ele lembrou rapidamente a trajetória de Nelson Mandela e foi feito um minuto de silêncio em respeito e luto a morte do ex-presidente da África do Sul. “Este é um tema delicado e importante ao PSB. Um tema que aparece, em todas as pesquisas sociais feitas em qualquer cidade brasileira, como uma preocupação principal da sociedade, em todos os resultados a saúde é a maior preocupação da população”, destacou o primeiro secretário. Siqueira explicou também que a sociedade, especialmente as famílias mais necessitadas, infelizmente ainda não encontra no Sistema de Saúde Pública do país uma assistência eficaz. “A população necessita de um atendimento adequado, eficiente”, ressaltou. Nas Revoltas de Junho a saúde foi um tema recorrente, diversos cartazes e manifestações pediam fortemente por uma saúde decente para todos os brasileiros. “Nós do PSB temos uma tradição de luta pelo movimento sanitário. Tivemos Jamil Haddad, que foi um ícone importante na luta por uma saúde de melhor qualidade e de alcance de todos”, lembrou Siqueira. Carlos Siqueira explicou que o encontro seria repleto de contribuição de especialistas, de pessoas que tem contato direto com o assunto e entendem essa sensibilidade social que o país passa em relação à saúde. “São pessoas que defendem uma saúde integrada e de qualidade, pessoas que sabem que sem estrutura e sem políticas públicas adequadas nenhum governo é capaz de sanar o problema da saúde no Brasil”, alertou o primeiro secretário. Carlos Siqueira lembrou ainda para todos os presentes e também aos internautas que acompanharam ao vivo o encontro pelo site da TV João Mangabeira, que toda população também pode enviar ideias para o Partido através do projeto Mudando o Brasil, já funcionando no link: www.mudandobrasil.com.br Rubens Bomtempo abriu a mesa destacando o quanto esses encontros são importantes para o Partido, para quem participa, assiste e debate. “Precisamos cada vez mais promover esses encontros, em várias cidades, pois é disso que o povo precisa de um partido como esse, um partido que proporciona discussões”, salientou. “Com este tema de Saúde Pública, nosso principal objetivo com a oficina Diálogos do Desenvolvimento é acumular cada vez mais conceitos e visões para melhorar esse país e trazer um modelo de saúde que possa ser cada vez mais eficaz e melhor para cada cidadão brasileiro”, destacou. O ex-ministro da saúde foi o primeiro palestrante da tarde a falar, responsável por apresentar os aspectos gerais da saúde no Brasil, Temporão focou bastante em um tema delicado e que divide opiniões entre profissionais e população, o SUS – Sistema Único de Saúde. Temporão apresentou os antecedentes e o contexto da saúde no Brasil, mostrou as linhas tênues entre o antes da Constituição e o após. Apresentou pontos e datas importantes da luta política, de uma mobilização forte, um ideário claro e objetivo para avançar até onde o país está atualmente. “Nós estamos participando desse negócio – mobilizações e manifestações – desde os anos 70 e é isso que marca a reforma sanitária, o tempo de luta, não se limita a uma política voltada para o sistema de saúde, vai muito além disso, vai até a democracia, democracia em um contexto de transformação para a nossa sociedade”, lembrou o ex-ministro. Temporão explicou que toda e qualquer discussão social passa pela saúde. “Pode-se olhar os temas debatidos sobre, por exemplo, mobilidade urbana de hoje, estão diretamente ligadas à saúde (saneamento básico, entre outros)”, mostrou. Entretanto, para que ocorra uma saúde pública igualitária para toda a sociedade brasileira, da classe mais baixa à classe AA, é preciso superar as desigualdades da saúde, é preciso vencer o desafio da equidade. “Um processo civilizatório, onde a saúde entra como um bem público da mais alta qualidade e necessidade. A redução das diferenças e mais acesso a todos. Assim teríamos um modelo de saúde usufruído por todos”, explicou Temporão. SUS – Sistema Único de Saúde “Talvez, hoje, nossos sistema seja o mais importante do mundo, a capacidade de atendimentos, a cobertura nacional, o número de pessoas cuidadas. O SUS hoje atende mais de 70% da população brasileira, são mais de seis mil hospitais espalhados pelo Brasil, mais de nove milhões de procedimentos de quimio e radioterapia”, destacou o ex-ministro. Atualmente estes 70% da população brasileira que utiliza o SUS equivale a 150 milhões de pessoas. Os 30% que tem coberturas privadas também utilizam o SUS em momentos de emergência ou campanhas, como vacinação, tratamentos com medicamentos de alto custo, transplantes, entre outros. Temporão explicou também que nestes 25 anos de implementação, o SUS não é só elogios e bons trabalhos, há diversos problemas, mas que podem ser sanados com uma administração, um planejamento e um investimento financeiro referente ao que realmente é o trabalho da saúde pública no país. Um exemplo de problemas na falta de administração do Governo para com o SUS é a fragilidade dos municípios. Cada município fica responsável pelo seu SUS, entretanto nem todos têm investimentos financeiros ou profissionais suficientes para organizar um Sistema seu e de bom atendimento à população. Outro exemplo apresentado pelo ex-ministro da saúde é a questão de sindicatos, políticos, profissionais e tantas outras pessoas apoiarem e defenderem o SUS, mas na prática utilizam planos de saúde – seja das empresas que são trabalhadores e fornecem, seja particular. Entretanto, é nítido o quanto os números de mortalidade infantil, materna e por doenças crônicas diminuíram. Como a expectativa de vida aumentou, assim como o controle e a erradicação das doenças imunopreveníveis melhorou. “O SUS hoje é de tamanha importância e é sim um sistema bem executado, porém, é claro, precisa sim de melhorias”, analisou o ex-ministro sobre os números de apresentou. “Eu defendo que, quando você analisa a saúde e a educação, eu acredito que a saúde foi melhor, não me refiro a questão de acesso cotidiano, mas a um resultado como um todo”, destacou Temporão sobre o quanto a saúde no país melhorou nos seus 25 anos de SUS e a educação toma um rumo contrário. SUS para o Brasil Temporão explicou que um dos grandes problemas, até preconceitos em relação à sigla SUS, é o conceito que se idealizou de que a saúde pública do Brasil é destinada somente para pessoas de baixa renda. O SUS é para todos, sem limite de classes. “Essa cultura que se dissemina de que o SUS é para atender a população carente é errada e equivocada. Precisamos abrir mais essa ideia, pois o SUS é para todos e a maioria utiliza, seja para uma vacina, seja para um longo tratamento ou uma simples consulta clínica”, disse o ex-ministro. “Como a avaliação da população em relação ao SUS só piora, aumenta assim a cobertura de planos de saúde particulares”, explicou Temporão. Temporão resumiu que é nítido que é preciso olhar com mais cuidado para a saúde pública no Brasil e melhorar a política aplicada no SUS, para que ele realmente se torne um Sistema Único de Saúde. Maita Rocha - Assessoria de Imprensa do PSB Nacional

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